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Exposição Solaris

Jociele Lampert

Solaris     Солярис    Сол Sol Ярис yaris     Solyaris

O que pertence ao Sol. Solaris é uma dobra de tempo e espaço de onde proliferam imagens. É um planeta coberto pela vastidão de um único oceano, em reflexão. “Um mundo inteiro refletido como que numa gota d´água”. Uma imagem, como definida por Andrei Tarkovski.

Solaris é um filme sobre o tempo. Tempo como categoria subjetiva. Tempo vivido. Fixado, impresso em “nossa alma como uma experiência situada no interior do tempo”. Tempo da memória. Subversivo, deslocando-nos do pretenso e ilusório domínio de nós mesmos, da exata certeza daquilo que é real. Situando em jogo de espelhos, imagens, pelo desdobramento de um mesmo eu-outros em projeção e enfrentamento. Solaris é um filme sobre a imagem.

Solaris é uma exposição de imagens fixadas, impressas como experiências únicas e singulares no decurso do tempo. Tempo vivido, tempo da memória, tempo fílmico. Jociele Lampert apreende instantes, gera imobilidades prenhes de potência. Momentos únicos lançados ao infinito. A imagem como “impressão da verdade”, como seu vislumbre. Ato de “observação precisa da vida”, de observação precisa de outros desses atos. Imagens-haicais que resultam da experimentação de outro eu. Também poeta. Encontro de Jociele e Andrei proliferando imagens. Apreendendo, aprendendo e tornando presente.  Tornando real, pela experiência da materialidade, pelo entendimento da imagem como corpo, a potência delicada, frágil, rarefeita, efêmera, volátil, imprecisa, intangível, da matéria da qual são feitos o tempo, a memória, o sonho, as imagens, a vida.

As imagens de Jociele Lampert, por sua realidade, por sua materialidade, por sua imprecisa precisão, nos suspendem de um tempo outro que não o nosso tempo subjetivo, tempo vivido. Nos devolve ao sentido da experiência, única, singular, tal como a configurava John Dewey. Fixando experiências, nos expõe às nossas próprias. Experiências de tempo, memória, sonhos, imagens. Experiências de arte. Experiências de vida.

 

Dra. Rita Luciana Berti Bredariolli (UNESP).

 

 

A artista produziu séries de pinturas, desenhos, monotipias e serigrafias, que envolvem imagens como referência de filmes do cineasta Andrei Tarkovski. Jociele nos conta que todos temos um Solaris, um lugar, espaço, tempo ou paisagem para onde retornamos, onde nossos devires tornam-se possíveis. Neste sentido, a paisagem assume por meio da pintura ser maior que um tema de pesquisa.

 

“Eu aprendi sobre cor e diferentes formas de olhar para a pintura, assistindo filmes do Tarkovski nos anos 90, quando era aluna do professor pintor Alphonsus Benetti (UFSM) no Ateliê 1336. Dos anos 90 até então, estudando sobre colagem (conceito desenvolvido em minha Tese), estudando imagens da cultura visual e da arte contemporânea, compreendi que a paisagem é mais que um tema para minha pintura, é o lugar para onde eu sempre retorno e onde é possível construir minhas metáforas, ou seja, um Solaris". 

 

Jociele destaca que a vida e a obra de Andrei Tarkovski inspira a produção de outros artistas: “Todos temos Solaris e Nostalgias, é para onde retornamos ou de onde nunca saímos. Quando assistimos a um filme, e algo nos apreende, exercitamos nosso modo de olhar, e quando criamos algo que é produzido fruto dessa experiência, adensamos nossa percepção de si e do Outro, é por isto que se chama Arte e Arte Educação, por que nos educamos com as imagens, que nos atravessam e cruzam nossa experiência”. 

 

Na exposição há imagens de diferentes filmes do cineasta, revistas por meio de monotipias, serigrafias, desenhos e pinturas. "É uma exposição de pintura”, diz a professora Jociele. Interessada em adensar a materialidade pictórica do processo de criação das obras apresentadas. “São técnicas que desenvolvo como pesquisa em meu grupo de estudos, o Estúdio de Pintura Apotheke”. Durante o período da exposição, será oferecido a comunidade interessada, micro prática em monotipia e em foto pintura, técnicas que a professora Jociele aborda em sua obra.

 

 

Sobre a professora Jociele:

 

A professora desenvolveu pesquisa como professora visitante no Teachers College na Columbia University na cidade de New York como Bolsista Fulbright (2013), onde realizou estudo intitulado: ARTIST'S DIARY AND PROFESSOR'S DIARY: ROAMINGS ABOUT PAINTING EDUCATION. É Doutora em Artes Visuais pela ECA/USP (2009); Mestre em Educação pela UFSM (2005). Possui Graduação em Desenho e Plástica - Bacharelado em Pintura, pela Universidade Federal de Santa Maria (2002) e Graduação em Desenho e Plástica Licenciatura pela Universidade Federal de Santa Maria (2003). Professora Associada na Universidade do Estado de Santa Catarina. Atua no Mestrado e Doutorado em Artes Visuais PPGAV/UDESC na Linha de Pesquisa de Ensino das Artes Visuais e na Graduação em Artes Visuais DAV/UDESC. É membro do Grupo de Estudos e Pesquisa em Arte, Educação e Cultura UFSM/CNPq. Membro/Líder do Grupo de Pesquisa Entre Paisagem UDESC/CNPq. Coordenadora do Grupo de Estudos Estúdio de Pintura Apotheke (UDESC). Tem experiência na área de Artes Visuais, atuando principalmente nos seguintes temas: pintura, arte e educação, formação docente. É membro associado da ANPAP.

 

Para saber mais acesse:

https://www.apothekeestudiodepintura.com

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